terça-feira, 16 de novembro de 2010

Biocombustíveis e alimentos


1. A produção de etanol pode prejudicar a produção de alimentos no mundo?
Dificilmente, já que isso apenas aconteceria caso os países utilizassem a produção agrícola com fins energéticos em detrimento dos alimentos. Atualmente, o mundo produz mais alimento do que consome. Parte da alta de preços de alimentos no planeta pode ser atribuída à expansão da lavoura de milho voltada para a produção de etanol nos Estados Unidos. No Brasil, porém, são poucas as chances de isso ocorrer. Dos 355 milhões de hectares disponíveis para plantio no país, somente 90 milhões seriam adequados à cultura de cana, que atualmente ocupa apenas 7,2 milhões de hectares (metade deles para a produção de açúcar). Em São Paulo, por exemplo, a plantação de cana ocupou nos últimos anos o espaço de pastagens - sem que a produção de carne bovina tenha diminuído.

2. Se isso acontecer, quais serão os efeitos?
A redução das superfícies destinadas aos alimentos contribuiria para o aumento dos preços dos mantimentos. O que tem mais chance de acontecer, porém, é um deslocamento das lavouras à medida que a cana dominar os espaços antes ocupados por outras culturas. Pode haver ajustes de preços regionais por causa de mudanças na logística de abastecimento. Não se pode, contudo, desprezar o fato de que os avanços da tecnologia agrícola poderão prover grandes aumentos de produtividade nos próximos anos. E que as nações ricas poderão eliminar barreiras e subsídios que sufocam a produção nos países pobres.

3. De que forma o etanol estaria ligado à inflação nos preços dos alimentos?
O principal problema tem relação com o etanol produzido nos Estados Unidos. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a produção de etanol americana é responsável por metade do aumento da demanda mundial de milho nos últimos três anos. Isso aumentou o preço do milho e o preço das rações. Dessa forma, aumentam também os custos de produtos bovinos e suínos, já que o milho é usado em rações animais. De acordo com o Departamento de Agricultura, o mesmo ocorreu com outras colheitas - principalmente soja - quando os produtores decidiram mudar seus cultivos para o milho.

4. O que dizem os países europeus sobre essa questão?
A Comissão Européia já indicou que vai propor a supressão das subvenções para os cultivos destinados à produção de biocombustíveis. Vários dirigentes europeus manifestaram preocupação com a utilização da produção agrícola com fins energéticos ao invés de alimentos. Entre eles está o ministro da Agricultura da França, Michel Barnier, que disse: "A produção agrícola com fins alimentares deve ser claramente prioritária".

http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/biocombustiveis_alimentos/index.shtml

Fernanda schwade  17
Isabella schwingel    19
João pedro             24
Luana pech            30
Soliana marchiore   38

Um comentário:

  1. Corremos o risco de sofrermos em função da falta de alguns produtos alimentícios em função de uma elevação na demanda da produção de álcool. Ainda bem que as autoridades estão alertas para essa questão e entendem que a prioridade deve ser dos produtos alimentares, afinal, para alguns, "os recursos do mundo não estão distribuídos de forma igualitária e, em algumas regiões já são sentidas terríveis pressões que resultam na escassez de comida e água potável".

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