terça-feira, 9 de novembro de 2010

CONSEQUÊNCIAS DO VAZAMENTO NO GOLFO DO MÉXICO

Uma explosão em uma plataforma petrolífera, no último dia 20, transformou as águas do mar do Golfo do México no cenário de uma tragédia ambiental. As cerca de 5,26 mil toneladas de petróleo que são despejadas diariamente na água ameaçam a existência de centenas de pelicanos, tartarugas e outras 600 espécies de seres vivos. Segundo especialistas, o vazamento pode ser controlado e a maior parte do petróleo, recolhida, mas as consequências para a vida na região demorarão décadas para serem superadas.
Segundo Maria Júlia Martins Silva, professora do departamento de Zoologia da Universidade de Brasília (UnB), os efeitos de um desastre ambiental como o que ocorreu na América do Norte vão muito além dos animais que entram em contato diretamente com o óleo. “Todo o ecossistema marinho é afetado, porque as espécies formam um sistema de interdependência. Ao prejudicar uma espécie, acaba-se atingindo todas”, conta.
Ela afirma que mesmo animais de maior porte, como tubarões e grandes mamíferos aquáticos, são afetados. “Na superfície da água, existe uma imensa população de fitoplâncton, ser vivo microscópico que serve de alimento para peixes pequenos e moluscos. Esses seres são os mais afetados e literalmente desaparecem, causando a diminuição da população de moluscos. Os peixes maiores também acabam sofrendo pela diminuição da população dos menores, que são sua principal fonte de alimento. O mesmo acontece com os animais de grande porte. Assim, toda a cadeia trófica é afetada”, diz a pesquisadora da UnB.
Apesar do dano global, algumas espécies sofrem mais. “Em geral, aquelas que permanecem fixadas no fundo do mar ou na costa são as mais afetadas. É o caso dos corais e mexilhões. Se a espécie for exclusiva de uma região, ela pode ser extinta por completo”, alerta Maria Júlia. “Mesmo as populações que não morrem imediatamente, com o passar dos anos, podem desenvolver problemas metabólicos ou de reprodução, alimentando um ciclo de desequilíbrio ecológico”, completa.
A especialista em biologia marinha da Universidade Federal Fluminense (UFF) Mirian Araújo Crapez explica que o óleo é letal porque possui uma capacidade de penetrar na pele maior que a maioria das substâncias. “O petróleo é solúvel em gordura, ou seja, ele penetra no interior dos seres vivos. Assim, mesmo que o animal não morra, ele carrega as toxinas, que podem prejudicar outros animais que porventura se alimentem dele”, explica. “Essa propagação da toxina pode continuar por meses, ‘viajar’ por muitos quilômetros e chegar aos seres humanos, já que um peixe pescado em outra região pode ter se alimentado de algum animal com as toxinas”, acrescenta.
Engana-se quem pensa que só os animais aquáticos são afetados quando esse tipo de acidente ocorre. Plantas da região costeira, animais dos mangues e até aves são destruídos quando grandes quantidades de petróleo são derramadas. “Uma ave, ao mergulhar em busca de alimento, não consegue voltar à superfície quando é coberta de óleo. As árvores absorvem o produto por meio de suas raízes e morrem, acabando com o habitat de animais terrestres e pássaros”, exemplifica.
No Brasil, como na América do Norte, a exploração de petróleo é feita em grandes profundidades — um dos elementos que dificulta a contenção do vazamento no Golfo do México. A Petrobras afirma por meio de nota que as plataformas petrolíferas de nossa costa são equipadas com sistemas de segurança para evitar situações semelhantes. “Todas as unidades marítimas de perfuração são equipadas com sistemas de detecção, que podem prover o fechamento imediato e automático do poço, prevenindo seu descontrole.”
O petróleo, que hoje é a principal fonte de energia do mundo, é escasso, cada vez mais caro, cria políticas de guerra (como no Oriente Médio) e danos ao meio ambiente. Os Estados Unidos respondem por apenas 2% das reservas do planeta e a produção interna atende a um quinto do consumo doméstico. Para o gigante econômico, a solução se delineia, cada vez mais, num futuro em que o desenvolvimento do país seja menos movido pelo "ouro negro". 




Via (Eco debate, UOL)


Alunos:                          3º "M"
Alexandra nº 1
Carina nº 12
Monique nº 30
Patrícia nº ?
Tanize nº 40
Allisson nº 43


Um comentário:

  1. Através da reportagem que vocês postaram é possível perceber que os impactos ambientais e ecológicos são imensos diante de um desastre como esse. Diante do que foi exposto, parece que a Petrobras encarregou-se de equipar as plataformas com sistemas de segurança. Vamos torcer para que nada semelhante aconteça no Brasil e em nenhum outro lugar do planeta, afinal, fazemos parte de uma mundo onde tudo, até os ecossistemas são "globalizados". Quando um é afetado, todos os demais também sofrem.

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